A Cruz Missioneira é um símbolo místico da presença dos jesuítas entre os povos indígenas da América do Sul. Representa a força do Cristianismo, é um símbolo do bem contra o mal, a sua forma de dois “braços” significa a fé redobrada. Ao adquiri-la deve-se fazer um pedido íntimo em segredo, a Deus, e usá-la como protetor espiritual para si mesmo ou no lar junto à família.
CONTOS GUARANI
CONTOS GUARANI
O kURURU E O MENINO
conto de José Fernándes . Comunidade Tekoa Arandú
Há muito tempo atrás, o Kururu (sapo) , percebeu que iria acontecer algo muito grave.Um dilúvio cairia sobre a Terra e que o mundo estava ameaçado. Saui então, em busca de um ser humano que o escutasse para tomar providencias. Depois de muito tentar, encontrou um menino que lhe deu atenção, disse a ele: - É necessário que me entregues o fogo, para eu guarda-lo até que passe o dilùvio! O menino obedeceu, e entregou-lhe uma braza ardente, que o Kururu levou consigo.Logo começaram os primeiros pingos de chuva. E o diluvio foi como o previsto.A humanidade inteira desapareceu. Salvou-se somente o menino e a sua família, em uma canoa. Quando as aguas baixaram, o Kururu voltou a encontrar a familia e devolveu a eles o fogo que que havia conservado vivo. Deste momento em diante o povo Guarani respeita e protege o sapo Kururu, por terem sido salvos do diluvio. Ele nos avisa e resguarda das tormentas e sabemos que do seu bem estar depende a nossa segurança.
Do Museu da Redução San Inácio Mini -Argentina
ARTESANATO MISSIONEIRO
O Artesanato Regional Missioneiro, é o resultado de um trabalho onde se procura reunir, as habilidades manuais, dos artesãos e artesãs com a cultura missioneira. Cada peça produzida, nas mais diversas matérias primas,deve refletir aquilo que existe na Região Missioneira.
A etnia Guarani, é parte desta cultura, e serve de inspiração para encantar nossos visitantes.Os cestos trançados , a cerâmica do período pré-reducional , são motivos de criações artesanais para que você que aqui vem, possa levar como lembrança de uma inesquecível história.
Os ícones das reduções , são símbolos inconfundíveis, como a cruz missioneira, representada em esculturas de madeira ou pedra.Nos bordados e macramê.Nas pinturas em tela ou tecidos,refletindo a magia das Missões .
O Artesanato Missioneiro está fortemente ligado com a história cultural dos tempos Reducional Jesuítico Guarani.
Em meu trabalho estou desenvolvendo a minha criação, em uma infinidade de sugestões, em estilo e qualidade, identificados pela marca das Missões.
As orientações recebidas através de oficinas no Sebrae, marcaram uma inovação que muito favoreceu aos artesãos interessados.
elaboração ClariceBM
28 de Julho de 2008 Como o sonho nunca morre, lembramos de colocar aqui a cópia do humilde projeto, que sugerimos aos colegas , à algum tempo. Fica registrado uma cópia, à título de incentivo.
ARTESANATO REGIONAL MISSIONEIRO Proposta de organização de uma REDE DE ARTESÃOS (ÃS) dos Municípios do ROTA MISSÕES.
PROJETO DE TRABALHO
TÍTULO: Rede de Artesanato Regional Missioneiro
1.1 PROMOÇÃO: Grupo de Artesãs do Projeto Rota Missões, desenvolvido pelo convênio.SEBRAE e FUNMISSÕES
1.2 EXECUÇÃO: Grupo de Artesãos da Rede
1.3 ABRANGÊNCIA: Municipal e Regional Missioneira
1.4 DURAÇÃO: Permanente
1.5 CLIENTELA: Turistas, Visitantes e clientes interessados no Artesanato Regional.
1.6 ELABORAÇÃO: Clarice Baldez Mendes
2. JUSTIFICATIVA:
Ao acompanhar o desenvolvimento das ações do Projeto Rota Missões, no que se refere ao Artesanato, percebemos a necessidade de organizar uma forma simplificada, para reunir os artesãos e artesãs, realmente interessados, a dar continuidade ao processo de acordo com procedimentos padronizados pelo Projeto especificamente para o Artesanato Missioneiro. Considerando-se as Associações como vínculo inicial, constatou-se que existe um número restrito de associados de cada uma delas dispostos a se envolverem com o trabalho necessário para dar continuidade ao processo, mantendo fidelidade ao que foi conquistado durante todo o processo. Assim sendo, sem alterar a organização existente, para simplificar os contatos e a realização das atividades específicas, um grupo de artesãs de acordo com a idéia, decidiu organizar-se em uma Rede de Cooperação dos Municípios integrantes do Rota Missões formando uma parceria para participar efetivamente dos planejamentos de ações que envolvam as atividades do artesanato da Região. Sendo requisito fundamental compromisso com a Rede: PARTIPAR, COMPARECER, TRABALHAR de acordo com planos conjuntos. A finalidade disto tudo é facilitar o trabalho do grupo para que se realize o propósito inicial do Projeto.
3. OBJETIVOS:
GERAL: Reunir em uma Rede de Cooperação os Artesão e Artesãs que desejam consolidar o Artesanato Regional como expressão cultural.
ESPECÍFICOS;
Planejar ações: (encontros, reuniões) Produzir de acordo com critérios estabelecidos; Divulgar ações às Associações como incentivos aos demais artesãos interessados; Promover eventos para comercialização dos produtos; Buscar e manter Parcerias para desenvolver e aperfeiçoar técnicas artesanais; Garantir a comercialização dos produtos em toda a Região, de todos os artesãos da Rede nos pontos estabelecidos.
4. DESENVOLVIMENTO:
ETAPAS:
a) Reunir o grupo para aprovação do Projeto; b) Levar o Projeto da REDE ao conhecimento dos demais Artesãos e Artesãs, para que possam participar; c) Buscar o apoio do SEBRAE e FUNMISSÕES ao Projeto; d) Identificar os integrantes da Rede através de cadastro; e) Organizar procedimentos de atividades conjuntas; f) Realizar o que for proposto.
5. RECURSOS:
Humanos: Grupo de artesãs idealizadoras do Projeto; Artesãos(ãs) comprometidos com este Projeto; Parceiros do Projeto(SEBRAE E FUNMISSÕES);
6. AVALIAÇÃO:
O Projeto “REDE REGIONAL DO ARTESANATO MISSIONEIRO” será considerado satisfatório se ocorrer: A formação efetiva do grupo de Artesãos; O Comprometimento real dos artesãos com as atividades acordadas pelo grupo; O cumprimento do Projeto em sua forma original; O apoio dos Parceiros solicitados pelo grupo; A adesão de novos membros e colaboradores do Projeto.
O Projeto foi apresentado em 21/11/2006, na ACISA em Santo Ângelo. Em reunião de Artesãos e Sebrae.(não vingou) Postado por ClariceBM
Quem sou.
Sou Artesã! minhas especialidades, são habilidades manuais. Meu trabalho com artes vem desde meus primeiros anos.Vocação para desenhar e pintar. Frequentei o Curso de Belas Artes, em Pelotas .
Muitos anos depois, iniciei com o Artesanato, por volta de 2001,iniciei pintura em tecidos.O tema escolhido foram as Missões.As Reduções de São Miguel,a história e cultura do período reducional são apaixonantes!
Da pintura passei também ao bordado, no qual não sou especialista.Mas precisava deste recurso para poder realizar meu trabalho.
Meu objetivo é reunir a arte e a cultura missioneira nos trabalhos que faço: Nos grafismos; ícones,cestarias;pisos;flora ;fauna, pintados e bordados! Nas cores fortes das Missões: terra vermelha, Sol incandescente, muitas vezes vermelho como o sangue que aqui foi derramado nas guerras da época das Missões jesuíticas.
O verde,da erva mate, das folhagens dos campos....O azul do céu, os matizes das flores e frutos e os animais da região , tudo é inspiração. A arquitetura das Reduções é magnífica, nos entalhe em pedra ou madeira estão as figuras criadas pelas mãos dos artesãos Guarani, orientados, que foram pelos artistas europeus que aqui estiveram.
MEUS TRABALHOS são peças para decoração, cama, mesa e acessórios. Apresentá-los ao longo das edições em fotos explicando a relação que tiverem com cada uma das inspirações.Agradecida por sua atenção.
O MYNAKU PANAKÚ dos Pan Tavyterã. O AYAKÁ representa um típico cesto de difusão pan-amazônica. Nas antigas aldeias dos Guarani ,o cesto, a peneira e o ‘tipiti’, ( espremedor de mandioca amarga ), simbolizam o verdadeiro “aguiyé” que quer dizer bem estar duradouro. A flor da paixão, esculpida na arquitetura das reduções, é a flor de maracujá. CURSO DE FORMAÇÃO DE GUIAS DE TURISMO – URI HISTÓRIA DA ARTE APLICADA AO TURISMO-2005 Profª Claudete Boff/PESQUISA:ClariceBM CULTURA MATERIAL GUARANI Inspiração para o artesanato O FAZER ARTÍSTICO, A LEITURA DA OBRA E A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.
Pequeno resumo. ARTE INDIGENA - designamos certas criações conformadas pelos índios de acordo com padrões prescritos, geralmente para servir a usos práticos mas buscando a perfeição. O ARTISTA ÍNDIO ,não se sabe artista nem a comunidade para qual ele cria sabe o que significa, isto que nós consideramos objeto artístico.O criador indígena é tão somente um homem igual aos outros , obrigado como todos , ás tarefas de subsistência da família.... (Podemos comparar com o artesão dedicado a seu trabalho, que as vezes não percebe o grande artista que é.) Sem interferência do colonizador pequenas variações ocorreram.Eles mantiveram a tradição sem alterações.Isto é cultural, como os egípcios, que conservaram sua cultura igual por 20 mil anos, repetindo de geração a geração os seus antepassados. O geometrismo é característico no trabalho indígena, seguindo padrões tradicionais. Os objetos criados são utilitários com função definida.Não existindo a intenção de criar somente para ornamentos. Ex: cesto ayká. A ESTÉTICA - arte exibe uma fixidez (se repete) e quando muda não se percebe porque muda dentro de certa pauta cuja continuidade se pode ver.Isto é o que ocorre com estilos de cada tribo, cada gênero varia sensivelmente como se observa através da comparação das coleções museológcas As variações são lentas e preservam o perfil estilístico do grupo étnico pela repetição
A CESTARIA E A CERÂMICA GUARANI Em contraste com o apego à manufatura cestera, os modernos guarani abandonaram a cerâmica de seus antepassados, hoje não sabem fazer as peças mais simples. Os tipos de cerâmica encontrados eram: corrugados ; escovados ; pintura simples ; pintados com motivos entrelaçados ; digito ungulado(feitos com a unha); beliscados roletados ; IDENTIDADE E TRANSCULTURAÇÃO*(anotações) A maioria das tribos não costuma vender seus trabalhos, são mais ou menos 50 comunidades que não negociam seus objetos; os Maká no Paraguai são exceções. OS MBYÁ GUARANI chegam a máxima expressão da arte de cestarias. O cesto para os frutos maduros e os produtos de cultivo, variam no tamanho. Origem das figuras das tramas em cestaria: Segundo o índio Dionísio Duarte( em 1999) – Os desenhos são vindos dos sonhos. Existem 120 desenhos que são dele. Agora o que mais fazem é copiar os desenhos que já existem. A repetição rítmica dos desenhos aparece como elemento constante na trama e na decoração dos cestos, como gesto mecânico produzido com as mãos. O material utilizado na cestaria são as palhas de TAKWAREMPÓ (fino e delicado) e GWEMBEPI (cortiça ou corticeira), mesma árvore que usam para fazer os bichos de madeira. Os kaikang fazem cestos com fibras mais robustas. As cores usadas para pintura são o preto no jenipapo e o vermelho do urucum. Na cestaria as formas se cruzam, cheios e vazios se alternam, nas cores. Simplicidade, unidade, equilíbrio e síntese. Idéia contida, metáforas, alianças, negação, ruptura e enfrentamentos que cruzam e animam o horizonte e a natureza. O Guarani dá mais valor à palavra do que as coisas materiais. Pintura rupeste = feita com sangue de animais . A ornamentação de ayka é mais que um jogo sintético, encarna a idéia estética Guarani e a beleza entendida classicame
CESTARIA Os antigos Guarani manufaturavam cestos para uso imediato ou cestos mais duradouros com alguma expressão ornamental. Entre os modernos Guarani podem observar-se três tipos de cestos: O AYAKÁ dos MBYÁS O YRU AGWÉ dos Chiripás
Atualmente, 2015, revendo meus Blogs para atualização.
EU GOSTO DE ESCREVER...
Quando decidi publicar aqui algumas coisas das muitas que escrevo, o fiz sem pretensões literárias.Apenas gosto de partilhar o que minha alma me diz.
A ordem de São Miguel foi fundada por Luiz XI em 1469. Ordem de cavalaria francesa extinta em 1830. Poderia ter ligação com o Santo católico por sua natureza guerreira, representa o comandante da milícia celeste, luta contra o mal acompanhado por legiões de anjos.Luta contra o dragão, parte humana e parte infernal, que nas esculturas missioneiras pode significar o bandeirante paulista inimigo dos índios. São Miguel simboliza o triunfo da Igreja, Deus concedeu-lhe poderes para salvar as almas com coragem, o que foi reafirmado pelo Concilio de Trento. A escultura a que nos referimos é uma imagem de cunho erudito, ao estilo Barroco europeu, sua altura mede 1,16 m.Observa-se a dinâmica das linhas que definem a peça pelo cuidado do escultor com a posição da cabeça, os cabelos, ao braço erguido na diagonal supondo movimento como se segurasse uma lança ou espada. Sua vestimenta sugere que está preste a dar um passo ao encontra de seu alvo.O corpete de guerreiro romano combina com o decote e a faixa que usa em diagonal sobre o peito.Tudo sugere movimento e profundidade característica da arte barroca. É evidente a influência do padre Antonio Sepp e Brasanelli que trabalharam nas reduções jesuítico-guarani no período a que nos referimos. Provavelmente sendo de um deles a autoria da obra.
Bibliografia: A Imaginaria Guarani: o acervo do Museu das Missões